Todos os anos, as calculadoras gráficas são um "peso-pesado" nas despesas com material escolar dos alunos que vão ter Matemática A no ensino secundário. E todos os anos, os pais se colocam as mesmas questões, em particular: "Quanto preciso gastar para que o meu filho tenha uma calculadora adequada às suas necessidades? "
Nos pontos de revenda, os alunos são geralmente aliciados para modelos mais recentes, tecnologicamente mais "artilhados" e apresentados como tendo preços competitivos. Algum desconhecimento, por parte dos pais, da reais necessidades em sala de aula é por vezes explorado - tanto pelos revendedores que querem fazer negócio como pelos alunos que gostam de se mostrar com uma calculadora topo-de-gama.
Mas... será mesmo preciso comprar um Ferrari quando ainda se vai começar a tirar a carta...? Informe-se e pondere MUITO bem antes de comprar, porque o seu investimento pode não vir a ter o retorno esperado.
Mas... será mesmo preciso comprar um Ferrari quando ainda se vai começar a tirar a carta...? Informe-se e pondere MUITO bem antes de comprar, porque o seu investimento pode não vir a ter o retorno esperado.
Ou, em termos mais práticos e diretos: quando os pais me perguntam qual é a diferença entre uma calculadora de 80 euros e outra de 190, a minha resposta costuma ser... "na sua carteira, 110 euros - para mim e para o aluno, na sala de aula, o que a mais cara faz ou tem a mais pode não ser relevante!".
Aqui ficam algumas dicas:
1. A calculadora é um instrumento de trabalho. Muitos alunos preferem o modelo X ou Y (mais caros) porque dão para jogos, ao contrário dos modelos A ou B (mais baratos). O seu filho não precisa nem deve levar jogos para a sala de aula.
2. Um écran a cores é perfeitamente dispensável. Não se deixe enganar, cores não configuram nenhuma mais-valia face ao que vai ser feito na calculadora. Nas situações em que isso pode ser importante usam-se computadores com programas de Matemática Dinâmica.
3. Uma máquina "potente" só tem interesse se for rentabilizada. Acredite: a plena exploração do programa de Matemática A dispensa uma parte significativa das imensas potencialidades das calculadoras gráficas - mesmo das mais baratas e/ou mais antigas (como a minha, com mais de quinze anos!). E os alunos têm uma aversão natural a consultar manuais, pelo que muitas vezes acabam por usar mal, ou mesmo não saber usar, as suas calculadoras.
4. Não espere que a calculadora do secundário sirva para a faculdade. Muitos pais, em especial os de alunos que pensam em engenharia(s), investem em calculadoras "melhores" a pensar no futuro. Desengane-se: a evolução tecnológica é imparável e os professores do ensino superior tendem a ter gostos muito particulares no que toca a estas maquinetas...!
5. Certifique-se que a calculadora vai poder ser usada nos exames nacionais! Nem todos os modelos são admitidos em exame: consulte aqui a circular do Ministério da Educação para os exames de 2013.
6. Reutilize! Alunos que terminaram o secundário ou que decidiram mudar de curso, pesquisas online... é muto fácil encontrar calculadoras usadas para venda, em excelente estado. Aproveite, novas mesmo só precisa de ter as pilhas!
7. Se tem dúvidas, não hesite e esclareça-as com o professor de Matemática. Sei por (vasta!) experiência própria que as informações que eu dou na aula aos alunos são, por vezes, MUITO diferentes das que chegam aos pais...